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Texto da professora Rokatia Kleânia será tema do programa Pedagogia da gestão -TV a cabo de Mossoró. Leia o texto.

Qualidade na educação: uma questão de envolvimento e coletividade

Hoje, acordei cedo para assistir ao "Bom Dia RN", da Intertv Cabugi, pois desejava ver  matéria que destacava a Escola Municipal Nossa Senhora da Guia como exemplo de qualidade no ensino público potiguar. A escola, localizada na cidade de Parnamirim,  conseguiu, pela terceira vez consecutiva, o melhor desempenho no Ideb - índice de desenvolvimento da educação básica, em todo Rio Grande do Norte. 

Sair mais cedo da cama valeu a pena. A matéria mostrou uma escola muito bem organizada e com aparente ótima infraestrutura, mas o que na verdade me chamou mais atenção foi o modelo de gestão evidenciada na reportagem. Pelo que pude perceber, a escola possui um projeto político-pedagógico não apenas bem elaborado, mas bem definido e realmente implantado. Através da fala dos entrevistados (diretora, professora e aluno), foi possível notar que esse projeto é colocado em prática de forma efetiva e é abraçado por toda comunidade escolar, o que significa pais, professores, funcionários e alunos.  

A "Nossa Senhora da Guia" ilustra bem a ideia, tantas vezes repetida (mas nem sempre  aplicada) no meio educacional, de que um projeto político-pedagógico voltado para construir e assegurar a gestão democrática precisa, antes de mais nada, ser construído de forma coletiva. Infelizmente , essa instituição de ensino faz parte de um pequeno grupo de escolas que são exceção.  Sabemos que, na maioria de nossas escolas, o projeto pedagógico se constitui tão somente de um agrupamento de projetos individuais, ou de um  simples plano elaborado dentro de normas técnicas para ser apresentado às autoridades superiores. Contudo, se procurarmos os docentes ou mesmo as equipes gestoras e pedagógicas dessas escolas buscando informações sobre o projeto, verificaremos que estes não tem qualquer noção do que ele diz ou sequer sabem onde se encontra, pois para muitos ele não passa apenas de  mais um documento a ser feito e guardado em alguma pasta ou arquivo. E aí se encontra, talvez, o nosso maior erro. 

Toda escola deve ter definida, para si mesma e para sua comunidade escolar, uma identidade e um conjunto orientador de princípios e de normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana. O projeto político-pedagógico vem exatamante cumprir esse papel, pois quando é corretamente construído evita improvisação, serviço malfeito, perda de tempo e de dinheiro. Só com planejamento, fica bem claro o que se pretende e o que deve ser feito para se chegar aonde se quer.

Mas para que esse planejamento realmente saia do papel e se concretize no cotidiano escolar, como bem disse em entrevista durante a reportagem a Claúdia Santa Rosa, coordenadora do projeto – IDE, é determinante  que a equipe da escola possua em seu âmago um sentimento de coletividade. Concordo com a Cláudia, somente com o envolvimento de todos que constituem a escola é possível  mudar o atual retrato de nossa educação. Se queremos, portanto, melhorar a qualidade do ensino oferecido em nossas escolas, faz-se urgente promover uma mudança de postura de toda comunidade escolar.

(Professora Rokatia Kleânia)

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