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Aprendendo mais sobre a Língua materna.

1ª) Vendeu A VISTA  ou  À VISTA?
Se alguém “vendeu a vista”, deve ter vendido “o olho” (a vista = objeto direto). Seu desespero era tanto que primeiro vendeu o carro, depois vendeu um rim e agora vendeu a vista.
Se não era nada disso que você queria dizer, então a resposta é outra: “vendeu à vista”, e não a prazo (à vista = adjunto adverbial de modo).
Observe que nesse caso não se aplica o macete da substituição do feminino pelo masculino (à vista > a prazo).
Por causa disso, há muita polêmica e algumas divergências entre escritores, jornalistas, gramáticos e professores.
Sou a favor do uso do acento da crase em todas as locuções adverbiais femininas: à beça, à força, à mão, à tarde, à toa, à ultima hora, à vista, à vontade, às avessas, às claras, às vezes.

2ª) Sentou-se NA MESA ou  À MESA?
O certo é sentar-se à mesa.
Todos podem sentar-se “na mesa”, mas é falta de educação e a mesa pode não aguentar.
Nós nos sentamos à mesa. Devemos usar o acento da crase porque “à mesa” é um adjunto adverbial de lugar.

3ª) ÀS VEZES ou AS VEZES?
Na frase “Às vezes, conto para todos as vezes que fui engrupida”, não há dúvida de que ocorre crase no primeiro caso. Trata-se de um adjunto adverbial de tempo. O segundo caso é discutível, porque a frase está mal construída. Temos um erro de regência. Provavelmente, a professora queria a seguinte frase: “Às vezes ( = algumas vezes), conto para todos as vezes EM que fui engrupida.” Nesse caso, “as vezes EM que fui engrupida” seria o objeto direto do verbo CONTAR. Consequentemente não haveria crase ( = objeto direto não tem preposição).
A crase no segundo caso caracterizaria uma repetição, mesmo entre vírgulas: “Às vezes (=algumas vezes), conto para todos, às vezes ( = algumas vezes), que fui engrupida.” Agora, o objeto direto do verbo CONTAR seria “que fui engrupida”, e o adjunto adverbial às vezes estaria desnecessariamente repetido. Se fosse essa a interpretação, bastaria usar o primeiro ou o segundo: “Às vezes, conto para todos que fui engrupida” ou “conto para todos, às vezes, que fui engrupida”.

4ª) SOB ou SOBRE?
A frase “marcar sob pressão” realmente está errada. Quem exerce pressão exerce pressão SOBRE alguém ou SOBRE alguma coisa. Nesse exemplo, prefiro: “marcar POR pressão”.
a)    SOB = “embaixo de”: “Ficou SOB cuidados médicos”, “Está SOB proteção policial”.
b)    SOBRE = “em cima de”: “Pôs o livro SOBRE a mesa”, “Ele tem muita ascendência SOBRE seus empregados”.
Observe um erro lastimável: “A lágrima lhe corria sob a face.” Deve ser um choro interno!

5ª) “Obedeça SUA sede” ou “Obedeça A SUA sede”?
A campanha publicitária do refrigerante Sprite apresenta um erro de regência. OBEDECER é verbo transitivo indireto. O uso da preposição “a” é obrigatório. Deveria ser: OBEDEÇA A SUA SEDE.
O uso do acento da crase é que é facultativo: antes de pronomes possessivos (= minha, tua, sua, nossa, vossa), podemos usar ou não o artigo definido: “Obedeça a sua sede” ou “Obedeça à sua sede”.

6ª) Nova YORK ou Nova IORQUE?
É questão de padronização.
O nome da cidade (= New York) é uma homenagem à cidade de York, que fica na Inglaterra. É uma nova York. Quem prefere a forma Nova York (= traduz o new e mantém York em inglês). Entre outras justificativas, afirma: ninguém faz o aportuguesamento da cidade inglesa de York, ninguém escreve duque de Iorque.
Os defensores da forma Nova Iorque alegam falta de coerência: traduz a primeira palavra para o português e mantém a segunda no inglês.
Outro argumento é o adjetivo gentílico (= nova-iorquino), totalmente aportuguesado.
Portanto, é uma questão de preferência, e não de certo ou errado.

7ª) “Prosseguem as negociações entre EU e a firma” ou “entre MIM e a firma”?
O certo é: “entre MIM e a firma”.
Os pronomes pessoais retos (eu, tu, ele, nós, vós, eles) só podem ser usados na função de sujeito da oração.

8ª) BAIXAR ou ABAIXAR os preços?
Tanto faz. No sentido de “diminuir, fazer descer, reduzir”, BAIXAR e ABAIXAR são palavras sinônimas.

Fonte: G1.com/educação

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