DÚVIDAS FREQUENTES:
A dúvida é: Queremos agradecer-lhes pela ou a audiência?
A resposta é: Queremos agradecer-lhes a audiência.
O verbo agradecer é transitivo direto e indireto: agradecer alguma coisa (=objeto direto) a alguém (objeto indireto). Não agradecemos a alguém (objeto indireto) “por” alguma coisa (outro objeto indireto). Em “agradecer-lhes a audiência”, o pronome “lhes” exerce a função do objeto indireto e “a audiência” é o objeto direto.
Usar a expressão com a gente num texto formal é tão inadequado quanto usar conosco no “chopinho” da sexta-feira. Se alguém disser no barzinho que “ontem ela esteve aqui conosco”, vão pensar que ele está de porre. Se falar conosco na beira da praia, vão pensar que é biscoito: “dá um conosquinho aí”. Então, que fique bem claro: em textos formais, “Ele está aqui conosco”; na linguagem coloquial, “Ele está aqui com a gente”.
A dúvida é: Vamos analisar os casos que estão por ora ou por hora pendentes?
A resposta é: Vamos analisar os casos que estão por ora pendentes.
No sentido de “por enquanto, no momento”, devemos usar a forma “por ora”, sem “h”. Ora é um advérbio de tempo que significa “agora, no presente momento”. Hora com “h” é a unidade de medida de tempo que equivale a 60 minutos: “Nesta avenida, a velocidade máxima permitida é 80 quilômetros por hora”.
Também devemos usar ora sem “h” se for interjeição que exprime impaciência, surpresa, dúvida ou ironia. É o famoso “ora bolas!”. Também usamos ora sem “h” quando se trata de conjunção alternativa: “Ora trabalha ora estuda”. Isso não significa que se trabalha durante uma hora e em outra hora se estuda. “Ora…ora” significa que se trabalha e se estuda em momentos alternados.
A dúvida é: É bom você se previnir ou prevenir?
A resposta é: É bom você se prevenir.
Mesmo os mais prevenidos correm o risco de escrever previnir. Com muita frequência confundimos a vogais “e” e “i”. Em algumas regiões, é comum pronunciarmos a vogal “e” como se fosse “i”: “denti” por dente, “quasi” por quase, “venho di São Paulo” por venho de São Paulo… Quando são palavras conhecidas, dificilmente há dúvidas na hora de escrever.
O problema são aquelas palavras que são menos usadas, que são pouco vistas, que quase não escrevemos. Ortografia é uma questão de “memória visual”, por isso a leitura é fundamental. Observe alguns exemplos perigosos: aéreo, anteontem, cadeado, campeão, carestia, desenfreado, despender, empecilho, enteado, irrequieto, paletó, penico, periquito, quepe…
Anote aí algumas palavras que se escrevem com “i”: artifício, crânio, dentifrício, digladiar, dilapidar, dispêndio, intitular, meritíssimo, privilégio…
Na frase, “por causa da pista molhada, os pneus deslisaram”, quem deslizou foi o autor da frase. Se você escrever o verbo deslizar com “z”, nunca mais cometerá deslizes. O verbo deslisar com “s” existe, mas significa “tornar liso”. É o mesmo que alisar. Os verbos “deslisar” e “alisar” se escrevem com “s” porque são derivados de “liso”, que se escreve com “s”.
A frase “Vivia em condições subumanas” está correta. Com o prefixo “sub-”, só usamos o hífen se a palavra seguinte começar por “b” ou “r”: sub-base, sub-bibliotecária, sub-raça, sub-reino, sub-reitor. Assim sendo, quando a palavra seguinte começar por qualquer letra diferente de “b” ou “r”, devemos escrever “tudo junto”, como se diz popularmente: subchefe, submarino, subterrâneo, subsecretário, subsolo, suburbano, subemprego, subitem…
Segundo o novo acordo ortográfico, porém, com o prefixo “sub-“, se a palavra seguinte começar por “h”, podemos usar hífen ou não. Assim sendo, há duas grafias corretas: sub-humano e subumano.
Quando a palavra seguinte começa por “h”, se não houver hífen, a letra “h” some, pois só usamos a letra “h” isolada no início de palavra. Assim sendo, sub+humano fica subumano. O mesmo ocorre em desumano (des+humano), desarmonia (des+harmonia), reaver (re+haver)…
A dúvida é: Precisamos chamar um eletricista ou eletrecista?
A resposta é: Precisamos chamar um eletricista.
Eletricista é derivado de elétrico, por isso devemos escrever com “i”, assim como: eletricidade, eletrificar, eletrificação, eletricismo…
Com muita frequência confundimos as vogais “e” e “i”. Um caso que merece muita atenção é cardeal e cardial. Cardeal pode ser o religioso ou o pássaro. Também escrevemos com “e” o termo que designa as direções da rosa dos ventos que apontam para o Norte, o Sul, o Leste e o Oeste: são os pontos cardeais. Só escrevemos cardial, com “i”, quando nos referimos ao “cárdio” (coração em grego). Daí a cardiologia, que é o estudo do coração. A válvula cardial é a válvula do coração.
A dúvida é: Não foi possível ver a calda ou cauda do cometa?
A resposta é: Não foi possível ver a cauda do cometa.
Cometa só teria calda se tivesse “rabinho doce”. Calda é uma solução açucarada: calda de caramelo, pêssegos em calda… Cauda é rabo, apêndice: cauda do macaco, piano de cauda, cauda do cometa…
Você sabe qual é a diferença entre animais capturados e animais apreendidos? Se o leão fugir do circo, os bombeiros serão chamados para capturá-lo; se alguém estiver vendendo micos-leões ali na esquina (o que é ilegal), o Ibama deve apreender os animais e a polícia prender os traficantes.
A dúvida é: É proibida, qualquer que seja ou quaisquer que sejam os motivos, a entrada de estranhos?
A resposta é: É proibida, quaisquer que sejam os motivos, a entrada de estranhos.
Qualquer é um pronome que deve concordar com o substantivo a que se refere: “quaisquer motivos”, “quaisquer problemas”, “quaisquer pessoas”… Em geral, o singular já é suficiente: “qualquer motivo”, “qualquer problema”, “qualquer pessoa”. Isso significa que também estaria correto: “É proibida, qualquer que seja o motivo, a entrada de estranhos”.
Na frase “Estou aqui para resolver todo e qualquer problema”, a expressão “todo e qualquer” é redundante. “Todo problema” significa “qualquer problema”. Bastaria dizer: “Estou aqui para resolver todo problema” ou “Estou aqui para resolver qualquer problema”. Como toda redundância, somente a ênfase justifica o seu uso.
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