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Português: Dúvidas frequentes.

ENTRE EU E VOCÊ ou ENTRE MIM E VOCÊ?
Leitor nos escreve: “Sei que não se usa o pronome “EU” com preposição. A minha dúvida é a seguinte: a regra só se aplica quando o pronome se encontra imediatamente após a preposição?”
Devemos dizer “entre MIM e você”.
O pronome pessoal “EU” é do caso reto, por isso deve ser usado fundamentalmente na função do sujeito (ou predicativo do sujeito): “EU e você dissemos a verdade”; “O escolhido fui EU”; “Ela trouxe o livro para EU ler”; “Ela chegou antes de EU sair”; “Ela fez isso por EU estar cansado”.
Repare que nos três últimos exemplos há uma preposição antes do pronome “EU”. Mas a presença de um verbo no infinitivo após o pronome caracteriza uma oração reduzida: “…para EU ler (=para que EU leia)”; “…antes de EU sair (=antes que EU saísse)”; “…por EU estar cansado (=porque EU estava cansado)”. Nos três casos, o pronome “EU” exerce a função de sujeito.
No caso da expressão “entre MIM e você”, temos a preposição ENTRE antes e não há verbo após o pronome. Isso significa que devemos usar o pronome oblíquo “MIM” em vez do pronome reto “EU”.
Se você entendeu por que deve dizer “que nada haverá entre MIM e você”, mas não gostou, diga “que nada haverá entre NÓS”.

“Que significa DICOTOMIA?”
É uma palavra de origem grega. O prefixo “di” significa “dois” e “tomo” significa “parte”.
Observe a definição do dicionário Larousse: “1. Divisão em dois; oposição entre duas coisas. 2. Divisão de um conceito em duas partes, que abrangem todo o conceito”.

“Deu à luz um filho ou deu a luz a um filho?”
Toda mãe dá à luz um filho, ou seja, ela dá o filho à luz.
A mãe não dá a luz. Quem dá a luz é Deus, é a natureza.

“Moro NA rua Barão da Torre ou À rua Barão da Torre?”
Segundo os dicionários de regência, o uso da preposição “a” com os verbos MORAR e RESIDIR é mais comum na linguagem burocrática, dos tabeliães por exemplo. E só diante de palavras femininas: “Ele mora à rua X, à avenida Y, à praça Z”. Ninguém diz que “ele mora ao Beco das Garrafas ou ao Largo do Machado”.
O uso da preposição “em” com os verbos MORAR e RESIDIR é indiscutivelmente correto. Se você mora, mora “em” algum lugar.
O melhor, portanto, é você dizer que mora NA rua Barão da Torre.

“Fulano de Tal é residente À ou NA rua xxx?”
É igual ao caso anterior. Quem reside é residente “em” algum lugar.
Diga: “Fulano de Tal é residente NA rua xxx.”

“TODA noite ou TODA A noite?”
Depende.
“Toda noite” significa “qualquer noite, todas as noites”; “Toda a noite” significa “a noite inteira”.
Observe a diferença:
A) “Aqui, nesta época, toda noite chove.”
Isso quer dizer que chove em todas as noites.
B) “Ontem choveu toda a noite.”
Isso significa que choveu durante a noite inteira.

“Meias-calça ou meias-calças?”
Embora meias-calças seja aceitável, o plural mais recomendável é MEIAS-CALÇA. Trata-se de um tipo de meia. O substantivo CALÇA exerce a função de adjetivo. Quando isso ocorre, o substantivo torna-se invariável, ou seja, não se flexiona nem em gênero nem em número.
“Meias calças” (sem hífen) poderiam ser “calças pela metade”, assim como “meias palavras”.

“Etc. ou etc.. ou etc…?”
Quando se termina uma frase, basta escrever “etc.” (com um ponto). Não é necessário usar dois pontos (=o segundo seria o ponto final). E usar reticências (três pontos) após o etc. é redundante: ou você usa o etc. ou as reticências.

“O cólera ou A cólera?”
É um caso polêmico. Não há uniformidade entre nossos gramáticos e professores. Alguns afirmam que cólera (doença ou raiva) é sempre um substantivo feminino; outros preferem a distinção: o cólera é doença; a cólera é raiva, ira. Eu gosto da diferença: o cólera (=doença) e a cólera (=raiva).

Fonte: Prof. Sérgio Nogueira/G1educação

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