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Dicas de Português: Dúvidas frequentes

1ª) Deficit ou rombo?
ROMBO sugere sempre algo ilegal. Embora os dicionários não registrem a medida de dimensão, o uso consagrou ROMBO só para o que seria considerado “muito dinheiro”.
Um DEFICIT não é necessariamente ilegal e pode ser usado para quantias pequenas.
Oficialmente DEFICIT não tem acento agudo, embora praticamente todos os jornais prefiram DÉFICIT (com acento por ser proparoxítona, como se fosse uma forma aportuguesada). O dicionário Aurélio registra a forma DÉFICIT.
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado recentemente pela Academia Brasileira de Letras, registra a forma aportuguesada DÉFICE.

2ª) Passe ou assistência?
O uso do termo ASSISTÊNCIA é influência do inglês. É usado no basquete para definir o passe que resulta em cesta.
É um modismo.
Alguns locutores e comentaristas esportivos estão com a mania de usar o termo ASSISTÊNCIA até para PASSES que não resultam em gol.
Em bom português, principalmente em jogo de futebol, prefira PASSE. Só podemos usar ASSISTÊNCIA para passes que resultem em gol.

3ª) A GENTE VAMOS  ou  A GENTE VAI?
É uma questão de adequação da linguagem.
Leitor quer saber se A GENTE VAMOS não é uma figura de sintaxe ( = silepse) em que está subentendida a ideia de “nós” no coletivo “gente”.
Não há dúvida de que a ideia de “nós” está subentendida. O problema é o registro da fala em que a expressão A GENTE VAMOS é usada. É uma concordância característica da linguagem popular-vulgar.
É importante lembrar, no entanto, que qualquer concurso, inclusive os exames vestibulares, toma por base o uso culto da língua portuguesa.
A expressão A GENTE VAI apresenta uma concordância correta e é usada no nível coloquial da fala. Portanto, é perfeitamente aceitável em textos coloquiais.
Não é uma questão simplista de certo e errado.
Num texto mais cuidado, escrito com uma linguagem mais formal, não devemos usar nem uma nem outra: o melhor é dizer NÓS VAMOS.

4ª) Qual é a pronúncia correta: /Rorãima/ ou /Roráima/?
É outra dúvida que não deve ser tratada na base do certo e do errado.
No sul, todos nós falamos /Rorãima/, mas no norte é frequente a pronúncia /Roráima/. É uma questão de preferência. A TV Globo optou por respeitar a pronúncia local.
O mesmo ocorre quanto ao uso do artigo definido antes do nome da cidade “de” ou “do” Recife. Os recifenses fazem questão do artigo. Não custa nada respeitá-los, afinal eles sabem melhor que ninguém onde nasceram: foi NO RECIFE.

5ª) A expressão ENCARAR DE FRENTE está correta?
É uma redundância. Ninguém ENCARA alguém “de costas”. Basta ENCARAR.
É um caso semelhante a: “surpresas inesperadas”, “duas metades”, “ganhar grátis”, “planejamento antecipado”, “evidência concreta”…

6ª) A expressão A NÍVEL DE está errada?
A expressão “a nível de” não deve ser usada por vários motivos.
Primeiro, porque virou modismo. Tudo virou “a nível de”: “A nível de  política, isso é inaceitável”, “A nível de gramática, a expressão está errada”, “Levou um chute a nível de joelho”, “Numa análise a nivel de ética, isso é inconcebível” ou “Eu enquanto pessoa, a nível de ser humano”, como diria o pessoal do Casseta e Planeta.
Outro aspecto é a preposição. Devemos usar EM NÍVEL.
Por fim, o mais importante: só podemos usar a expressão EM NÍVEL quando houver “níveis”. Observe alguns exemplos corretos:
“Este problema só poderá ser resolvido EM NÍVEL de direção”
“As decisões tomadas EM NÍVEL federal poderão gerar o consenso necessário às mudanças econômicas”.

7ª) ENSINÁ-LOS ou ENSINAR-LHES?
Depende. Eu posso ensinar alguma coisa (objeto direto) a alguém (objeto indireto) ou ensinar alguém (objeto direto) a fazer alguma coisa (objeto indireto).
No primeiro caso, “eu vou ENSINAR-LHES ( = objeto indireto) o correto uso dos pronomes ( = objeto direto)”.
Mas “eu posso ensinar os alunos ( = objeto direto) a ler ( = objeto indireto)”. Nesse caso, “eu posso ENSINÁ-LOS a ler.”
Não esqueça a regrinha:
Para substituir objetos indiretos, use LHE (LHES);
Para os objetos diretos, use O (A, OS, AS, LO, LA, LOS, LAS)

Prof. G1.com/ educação
Por: Prof. Sérgio Nogueira

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