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A música instrumental está em Luto: Morre o Maestro Carlos Ferreira "O Ferreirinha"

CARLINHOS FERREIRA. 


Maestro, arranjador, compositor, produtor, saxofonista e flautista, Carlinhos Ferreira nos deixou na terça-feira passada, legando um grande contribuição para a música cearense

Antônio Carlos Ferreira Lima era seu nome de batismo e passou para o lado do silêncio aos 49 anos. Filho do reconhecido maestro Manoel Ferreira, começou cedo na música soprando seu instrumento em casa. Mais tarde, ajudou a fundar a Banda de Música Dona Luíza Távora, a conhecida, Banda do Piamarta, uma escola para muitos instrumentistas da cena cearenses

O parceiro de Tarcísio Sardinha, com quem Carlinhos tocou, em diversas ocasiões, tanto em palcos como em estúdios, lembra como conheceu o saxofonista: "Encontrei com ele pela primeira vez em 1981, no espaço cultural Cearte que o cantor César Barreto comandava lá na Rua José Lourenço, na Aldeota.Com outros instrumentistas formamos um grupo musical que sempre tocava junto. Depois, ele foi para o Rio de Janeiro e morou com o Carlinhos Patriolino e o Jorge Helder".

Som Zoom

De volta ao Ceará, no início dos anos 90, Carlinhos Ferreira foi o grande articulador musical dos discos da Som Zoom, gravadora capitaneada por Emanuel Gurgel, que lançou o forró eletrônico. Valdeci Araújo, sanfoneiro que gravou mais de cem discos ao lado do saxofonista, lembra de alguns desses momentos: "Ele entrou em 1991, a partir do segundo CD da Mastruz com Leite e ficou até 2002. Era uma pessoa incrível e um músico maravilhoso. Dizia que, para se fazer uma boa produção, era preciso sempre estar de alto astral".

Valdeci Araújo recorda também como faziam os arranjos para as bandas de forró eletrônico: "As músicas vinham gravadas em fitas cassetes somente registradas com voz e violão. Ouvíamos as gravações e escolhíamos se a música merecia atmosfera de acordeom ou de metais. Nessas ocasiões, o Carlinhos Ferreira sempre estava alegre e nossas produções sempre foram em clima de festa. Ele também foi o responsável pelo sucesso do Beto Barbosa, pois além fazer seus arranjos, também era o maestro nos shows" .

Outro artista da música que trabalhou com Carlinhos Ferreira foi o compositor JB. Ele relata seu contato com o maestro: "Quando fui gravar meu primeiro CD, ´Eternas canções´ (1998), o Zé Menezes ao ouvir o sopro dele ficou encantado. No segundo CD, de 2002, com os arranjos do Zé Menezes, chamamos ele outra vez. Na música ´Nunca mais´, ele faz um solo inteiro na primeira e na segunda parte".

JB acrescenta como trabalhava com o saxofonista: "Ele era uma pessoa encantadora, dócil e, junto com o Tarcísio Sardinha que tocou violões de 6 e 7 cordas, cavaquinho e bandolim, fez também os arranjos. Bastava solfejar a música que ele já ia escrevendo a partitura e tocando em seguida. Liguei para o Zé Menezes e, quando ele soube da notícia, chorou ao telefone".

Calé Alencar também trabalhou muito com o maestro: "conheci Carlinhos Ferreira ainda menino, estudando e já se revelando um notável instrumentista na Banda do Piamarta. Nos discos, sua participação mais que especial, além dos arranjos, está bem delineada em canções como A Voz do Cantor, Canoa Quebrada, Trem de Ferro, Equatorial, Estrela Brilhante e A Luz de uma Canção, com o clima das gravações sempre festivo".

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com

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1 comentários:

Anônimo disse...

Minha nossa, que pena, tive o prazer em gravar vários discos ao lado desse ícone da música cearence! Um profissional incrível, um ouvido fenomenal!!! O mundo musical está de luto com certeza