Depois de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ter anunciado que não pode decretar o Flamengo como campeão brasileiro de 1987 devido a uma decisão judicial da Justiça Comum, o Rubro-negro, que ganhou o título no campo, se pronunciou. Através da presidente Patricia Amorim e do vice-presidente jurídico Rafael de Piro, o hexacampeão repudiou o discurso da entidade máxima do futebol brasileiro.
Descontente com a decisão política da CBF, os dirigentes do Flamengo prometem correr atrás do que todo torcedor de bom senso admite: o título brasileiro de 1987.
"Todos os encaminhamentos jurídicos serão feitos. O Flamengo irá a todas as instâncias possíveis, sejam elas jurídicas, políticas, rede sociais, o que for necessário. Faremos uma mobilização de repúdio pelo não reconhecimento do hexacampeonato brasileiro e do título do Campeonato Brasileiro de 1987. É bom que fique claro que o Flamengo não tem medo de contrariar interesses, o que não podemos é deixar de atender o desejo de 35 milhões de torcedores", afirmou Patricia Amorim, ressaltando a perplexidade com que as declarações da CBF foram recebidas nesta quarta-feira (22.12).
"O Flamengo espera 23 anos por este reconhecimento e está convicto de seus direitos. Estamos perplexos com a atitude tomada hoje pelo presidente Ricardo Teixeira. Foi um dia de bastante desconforto, meu estômago está embrulhado e acho que o de todos os rubro-negros também. Não vamos esquecer esse dia. O Flamengo quer o reconhecimento deste título e garanto que isso não vai ficar desta forma. Vamos fazer uma mobilização para ter este título homologado. Custe o que custar", disse, em entrevista coletiva concedida na Gávea.
Outro ponto levantado pela presidente do Flamengo é a falta de respeito da CBF para com os jogadores e profissionais que trabalharam tanto para conquistar o Brasileirão de 87 dentro de campo.
"Gostaria de saber como a CBF encara agora todos os jogadores, que naquela época lutaram por este título em campo. Eles organizaram um evento para homologar títulos do passado, com menos expressão até do que o nosso, e a nossa expectativa era que o nosso fosse finalmente reconhecido. Mas para nossa surpresa isso não aconteceu. Foi uma atitude arquitetada, pessoal, intempestiva, pensada e não vamos nos omitir. É inacreditável que o clube mais querido do Brasil não tenha seu título reconhecido".
Patricia Amorim ainda disse que o Flamengo irá, sim, brigar. Principalmente para atender à solicitação de uma nação de torcedores, que reconhece o hexacampeonato.
"O Flamengo não tem medo de ir para o confronto. Só não podemos deixar de atender a nossa torcida e a vontade popular. A torcida reconhece e vamos de encontro com a vontade popular. Eu não fujo de luta e vou brigar por isso até o meu último dia de vida. É uma briga justa, honesta, digna e que foi vencida dentro de campo. Para toda ação há uma reação. A briga apenas começou".
Toda a diretoria rubro-negra se mostrou bastante irritada com a declaração do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, afirmando que seria impossível homologar o título rubro-negro, já que o departamento jurídico fez um levantamento e houve uma decisão do Superior Tribunal de Justiça obrigando o cumprimento da decisão sob pena até de prisão em caso de desobediência.
"Ele diz ter se baseado em uma decisão que não exclui a possibilidade de o Flamengo ser declarado como campeão brasileiro daquele ano. A decisão diz que o Sport teria de ser campeão, mas não exclui a possibilidade do Flamengo. É um argumento equivocado. Vamos atacar em todas as frentes. A decisão foi injusta, arbitrária e isso não vai ficar assim.
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