Não. A comunidade médica é unânime ao afirmar que nenhuma orientação sexual é doença. Em 1973, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a palavra da lista de transtornos mentais ou emocionais e a decisão foi seguida por todas as entidades de psicologia e psiquiatria no mundo.
Homossexualidade é doença?
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Mas a questão voltou à tona nos últimos meses por causa de um projeto de lei - inédito no mundo - que está tramitando na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. O deputado estadual e pastor evangélico Édino Fonseca (PSC) propõe que verbas públicas sejam usadas no tratamento de pessoas que "voluntariamente optarem por deixar a homossexualidade". No caso de menores, os pais poderão escolher se a criança ou o adolescente deve passar pelo tratamento. Para Édino, a homossexualidade é um distúrbio psicológico. "O tratamento vai desfazer os bloqueios que levaram aquela pessoa à homossexualidade", diz.
Apesar de o Conselho Federal de Psicologia pedir que psicólogos não colaborem com serviços que propõem uma "cura" da homossexualidade, o projeto já foi aprovado por três Comissões da Assembléia (Constituição e Justiça, Saúde e Combate à Discriminação) e está causando polêmica. Alguns o acusam de ser inconstitucional. "Se garante auxílio para um homossexual que queira ser heterossexual, e não para um heterossexual que queria ser homossexual, ele é discriminatório", diz o deputado Carlos Minc (PT). Outros o acusam de ser impertinente. "A origem da homossexualidade está em um somatório de fatores, mas ninguém sabe a causa", diz Carmita Abdo, responsável pelo Projeto de Sexualidade da USP. Se ninguém sabe a causa, como é possível um tratamento contra "bloqueios psicológicos" ser eficiente? E muita gente acusa o projeto de ser retrógrado. Afinal, soluções mágicas para combater a homossexualidade não são nenhuma novidade (veja arco-íris abaixo). "Mais importante que considerar a homossexualidade um problema psicológico, passível de ser tratado, é educar a população para respeitar as individualidades. Diferenças não são escolhas, e sim tendências que fazem parte da natureza da pessoas", diz Carmita.
Fonte: Revista superinteressante.
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